Olá Fabim. Tudo bem?
Confesso que, por um momento, fiquei em dúvida e, em razão disso, não pude deixar prá lá e dei uma relida do livro sobre transformadores.
Leia o texto de um trecho de um livro (infelizmente em inglês), que eu reescrevo a seguir.
Título: Transformes for Electronic Circuits
Edição: Second Edition
Autor: Nathan R. Grossner
Editora: McGraw-Hill Book Company
Página 398, item “b. Magnetic Saturation”
“ It is important that the primary inductance not decrease sharply as the voltage level reaches the specified maximum. If it does, the droop will increase excessively. The flux density Bm must therefore be held below de saturation density Bs. It is important to examine the significant relationships among these key parameters.
If we put the classic Faraday equation V = 10exp-8 d(N fluxo) / dt …we obtain:
V = N (delta B) A 10exp-8 / tal
where (delta B) is in gauss (G), the core area A is in square centimeters (sq cm), and the pulse duration is in seconds (sec). “
Até onde eu entendi, ocorre o seguinte:
Neste tópico estamos falando da saturação em transformadores de alimentação. Portanto considero que a tensão aplicada ao primário é exclusivamente alternada, ok?
Sabemos dos livros que tratam do assunto, que, em um transformador, a expressão que relaciona o número de espiras (N), a densidade de fluxo magnético (Bm), a frequência da fonte (f), a área da seção transversal (S) e a tensão alternada aplicada (V), é:
N = (V . 10.000) / (4,0 . Bm . f . S)
obs: A discrepância entre as duas equações se deve às unidades utilizadas.
Repare que, na expressão, a densidade do fluxo magnético Bm é função da tensão aplicada V. Se num transformador com uma área da seção transversal S, tivermos Np enrolamentos primários, e aplicarmos uma tensão alternada V de frequência f, à medida que a tensão aumentar, o valor de Bm também aumentará, pois o restante dos parâmetros permanece constante. Chegará um ponto em que Bm alcançará o “joelho” da curva de magnetização BxH do núcleo. Após este ponto, com o aumento da tensão aplicada, o núcleo do transformador começará a saturar, fazendo com que as linhas de fluxo magnético percorram um trajeto FORA do núcleo.
O circuito equivalente (simples) dos transformadores possui uma indutância de magnetização no primário que satisfaz a equação acima. Em paralelo com ela há uma resistência que representa a resistência de carga refletida do secundário. Ao reduzirmos a resistência de carga do secundário, ocorre um aumento da corrente no secundário. Esta corrente é transferida para o primário e vai acarretar em redução da resistência em paralelo com a indutância. Em um transformador real, considera-se as perdas no primário, introduzindo no seu circuito equivalente, uma resistência em série entre a fonte e o conjunto paralelo da indutância com a resistência. Com o aumento da corrente, devido à lei de Ohm, ocorre um aumento da ddp sobre a resistência em série, acarretando uma queda de tensão no circuito secundário.
Neste caso, o que provocará a saturação do núcleo do transformador será a tensão aplicada.
MOR_AL